Ela entrava em seu quarto fechava a porta e fazia exatamente
as mesmas coisas. Lia as mesmas coisas, escrevia dezenas de vezes a mesma
frase, e se emocionava sempre com as mesmas fotos guardadas em uma caixinha de
sapatos, e escutava por diversas vezes a mesma música, aquela que a lembrava de
momentos felizes. Ela sentia-se bem assim e não gostava de sair de sua “pequena
rotina”. Ela era feliz, nunca se importou se ela era diferente, se gostavam
dela. Pois tudo o que ela queria era continuar sozinha.
Ninguém sabia, mas ali no seu cantinho ela era tudo o que
queria ser, diversificava-se todas as noites, criava amigos e amores, casos e
acasos. Ela criou uma nova vida dentro de seu pequeno quarto, uma nova pessoa
que nasceu de uma imaginação fértil e sem limites. Ela chorava também, pois às
vezes percebia que aquilo tudo não existia, isso doía como se um mundo inteiro
desabasse em sua cabeça. Ela tentava dormir, para esquecer que tudo não passava
de um sonho em que ela sonha de olhos bem abertos, mas suas lágrimas encharcam
o travesseiro, revirasse de um lado para outro, e abraça o cobertor, que
naquele momento é o seu único e fiel amigo.
Ela acorda de mais uma noite mal dormida, os olhos inchados,
mas ela não liga. Pois a dor já passou, e ela entende que o hoje é um novo dia.
E se pergunta por que fez tanto drama a noite passada, porque tanta tristeza?
Às vezes tentava entender-se, o que era um tanto difícil, mas fingia que tudo
estava entendido -
Ela continuou a fazer as mesmas coisas, trancada em seus quarto. Ela ainda sonha, inventa, sofre, chora, sorri. Mas acima de tudo, ela sempre foi feliz. Kelen Bissoto'
Ela continuou a fazer as mesmas coisas, trancada em seus quarto. Ela ainda sonha, inventa, sofre, chora, sorri. Mas acima de tudo, ela sempre foi feliz. Kelen Bissoto'
O risco de um tropeço é inerente a cada passo.
ResponderExcluirGK