6 de dezembro de 2012

29 de Novembro

"Era apenas pra gente se ver, matar a saudade, dar uma volta, sei lá, qualquer coisa, aí a gente foi lá pro seu apartamento, mas era só pra poder ficar mais de boa, mais a vontade. Ficamos sentados no sofá da sala, enquanto eu achava divertidos os desenhos pelas paredes. A gente tinha muito assunto a ser discutido, mas estávamos em silêncio tentando achar qualquer assunto que não envolvesse nos dois. Então como sempre, falamos da faculdade, porque esse é o nosso escape, o nosso assunto de fuga.
Aí você me olhou com estes teus olhos azuis, sorriu com um sorriso debochado, foi fazendo carinhos na minha mão, até que nossos dedos se entrelaçaram. Você foi colocando essa tua boca perto da minha, me abraçando com esse teu braço tatuado enquanto teu corpo me encurralava contra o encosto do sofá,  e não deu pra resisti ao teu jeito, teu cheiro, tua malicia. Era errado, nós dois sabíamos que era errado, e por mais que eu tivesse tentado resistir, não adiantava fugir, a gente se pedia em silêncio!
Não tinha mais volta, então fui conhecer o resto do apartamento, a cozinha com um post de banda de rock, o banheiro, o quarto... Ah o quarto, era uma desordem! Sua mala jogada no chão sem serem desfeitas, a cama desarrumada, roupas espalhadas. Mas eu não estava me importando com nada disso, porque era eu que estava ali, com você, no seu quarto, na sua bagunça.
No meio daquela bagunça toda, você me olhava de novo com aquele olhar de malícia. Puxou-me pelos braços, abraçou-me firme, beijou meu pescoço, e literalmente me fez perder o chão. Jogou-nos na sua cama e aquela bagunça nos aconchegou. Teu beijo era tão firme e confiante como suas mãos pelo meu corpo.
Mesmo não querendo, eu tinha que ir embora - queria que o tempo parasse naquele momento para que eu pudesse ficar mais ali, do teu lado. Ainda mais, naquele ultimo beijo, no escurinho do corredor, com gosto de quero mais. De quero mais você, mais tempo, mais beijos, mais mão boba, mais sua cama, mais pegada, mais eu e você no teu apê.
Foi errado, mas foi bom. Não tinha magoas, não tinha arrependimentos. Tinha desejo... Ainda tem. Porque você sempre me diz: com você é diferente. Porque você ainda gosta, porque eu ainda mexo com você, porque não tem como resistir ou fugir quando somos nós que estamos ali! Porque com a gente é diferente, sempre foi, e sempre vai ser."    Kelen Bissoto' 

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